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Foto do escritorEliza Pereira

Sussurros do Coração

"COUNTRY ROADS, TAKE ME HOME TO THE PLACE I BELONG"


Olá, bem-vindos ao Belo Caótico! Pegue sua xícara e sinta-se em casa!

Ontem falando sobre essa obra, me deu tanta saudade que eu acabei revisitando - é engraçado como revisitar produtos audiovisuais amplia nossas perspectivas. Aqui é fim de tarde, minha barriga tá borbulhando de tanto café que eu tomei, esses dias tenho indo dormir tarde e apesar de estar meio incerta sobre o futuro, no geral, não é nada comparado com quanto eu me identificava com a Shizuku no passado.



Shizuku é uma adolescente terminando o ensino fundamental e meio incerta sobre qual caminho seguir. E a adolescência é uma fase tão CONFUSA mesmo, a gente não é criança e também não é adulto, sabe? As pessoa projetam expectativas que não temos como sustentar e essa urgência em se descobrir, projetar um futuro, ter ambições... A gente quer tudo muito rápido.

A primeira vez que assisti Sussurros do Coração eu me sentia a Shizuku do comecinho do filme: a que sonha, mas não sabe exatamente com o quê e que teme muito. Que via os outros "confiantes sobre o amanhã" e por isso até sentia aquela pontadinha de inveja "Ai como deve ser bom saber o que você quer pra si!" desse jeitinho.




Hoje assistindo novamente eu tive uma percepção completamente diferente e estou de coração quentinho até agora.

Esse filme não é nada menos que um presente do Studio Ghibli pra gente. E por quê? Eu poderia citar alguns easter eggs como: o relógio do Porco Rosso ou a pequena bruxinha pendurada no quarto da Shizuku. Mas eu acho que vai além disso, Mimi wo Sumaseba, foge das fantasias que estamos acostumados e nos traz uma aventura dentro de um cotidiano em suma simples - cotidiano que pode ser meu, seu e de quem quer que assista.

Você se insere nesse universo tão trivial com problemas tão "bobos", como: O menino que sua amiga é "afim" ser "afim" de VOCÊ, uma irmã mais velha pegando no seu pé, esquecer onde enfiou a carteira, imaginar como é uma pessoa que você nunca viu apenas pelo nome e por ai vai! É impossível não se enxergar em algum detalhe do filme!

A busca pelo nosso lugar no mundo e principalmente pela nossa identidade é constante, cansativa e um tanto confusa. Temos ritmos diferentes, dificuldades diferentes e maneiras diferentes de se alcançar objetivos. Hoje, quando eu acabei o filme, notei que já não era mais como a Shizuku do começo e sim a do final, seguindo um novo caminho que pode dar certo ou não, ansiosa pelo dia de amanhã e mais confiante.



Mimi wo Sumaseba, na minha opinião, pode até ser ofuscado pelas outras grandes obras do Studio e a principio, não chamar sua atenção, mas é imensamente sensível e como eu disse um verdadeiro presente para todos aqueles que sonham e temem o amanhã.

Espero que você que esteja lendo isso encontre seu caminho no seu tempo. O que vier daí pra frente não vai ser fácil, afinal, todos somos pedras que precisam ser lapidadas e isso leva tempo também.

Isso que é viver, né?

Já escureceu aqui, e esse post acabou sendo mais diferente do que eu esperava, mas alguns filmes são assim te fazem ter essa conversa mais pessoal e contemplativa sobre a vida e a gente acaba esquecendo de falar sobre "técnica" - confesso que eu gosto mais desses.

Espero que tenham gostado, nos encontramos no mesmo caos em breve, até!

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